
Doença de Parkinson: Breve Histórico
Doença de Parkinson: Breve Histórico
A doença de Parkinson ( DP) é um dos distúrbios do movimento mais encontrado na população idosa, equivalendo 75% dos pacientes que visitam centros especializados em transtornos do movimento.
Esta enfermidade degenerativa cursa com uma perda progressiva de células da substância negra- descrita por Vicq D’Azyr, em 1786- do mesencéfalo (locus niger). Esta degeneração de neurônios da zona compacta da substancia negra traduz em depleção da produção de dopamina e consequente disfunção da via nigroestriatal.
A doença de Parkinson foi descrita por James Parkinson, médico inglês, membro do colégio real de cirurgiões (1755-1824).
Em 1817, Parkinson publicou um ensaio intitulado “An Essay on the Shaking Palsy”, tornando-se a primeira descrição mundial bem definida da doença, que leva seu nome. Apesar da publicação e divulgação do ensaio, a doença somente tornou-se bem conhecida pelos neurologistas na segunda metade do século XIX.
A literatura médica cita também descrições parciais da doença, anteriormente a James Parkinson, como aquelas sugeridas por autores egípcios, indianos, Galeno e Leonardo da Vinci. A participação do Frances Jean Martin Charcot, um dos fundadores da Neurologia, é fundamental no estudo desta patologia, fato que até seria justificável acrescentar seu nome à doença. Charcot considerava a doença como uma neurose, pois não pôde encontrar uma causa estrutural específica para esta patologia. Foi, ainda, o primeiro neurologista a sugerir uma terapêutica, em 1877, com o uso de precursor de alcaloides da beladona, a hioscinamina, substância anticolinérgica.
Vários anos se passaram, até que, em 1960, Ehringer e Hornykiewicz associaram a doença de Parkinson com a depleção da produção de dopamina em circuitos motores subcorticais.
A enfermidade, até então denominada Paralisia Agitante, foi definida com uma doença caracterizada pela presença de movimentos tremulantes involuntários, com diminuição da força muscular, tendência para a inclinação do tronco para frente, lentidão de movimentos e alteração da marcha, tendo os sentidos e o intelecto inalterados.
O tratamento neurocirúrgico da doença de Parkinson é realizado em centros especializados em técnica estereotáxica, com a qual se tem acesso a regiões cerebrais envolvidas na circuitaria inibidora e estimuladora da doença de Parkinson possam ser destruídas ou estimuladas.
A primeira cirurgia estereotáxica bem documentada em ser humano, foi realizada por cálculos matemáticos tridimensionais, baseados no sistema cartesiano X,Y,Z, por Spiegel e Wycis, em 1947, utilizando o aparelho desenvolvido por Clarke e Horsley, com algumas modificações. Núcleos talâmicos e áreas subtalâmicas são atingidas neste procedimento, utilizando o processo ablativo – termocoagulação controlada – ou de neuromodulação, com o uso de neuroestimuladores cerebrais profundos, ligados a um marca-passo.
O avanço de terapias gênicas e a definição ética e operacional de neuroimplantes fazem parte de um modelo futuro de abordagem neurocirúrgica da doença de Parkinson, em casos rigorosamente selecionados por uma equipe multidisciplinar.
Por Dr. Luiz Fernando Martins, neurocirurgião.
Preciso muito aprender sobre esta doença p ajudar meu marido , que há dez anos foi acometido por ela .